"Como eu fico?", diz mulher com tumor no pescoço ao saber que HC fechou agenda
Responsável por 70% dos pacientes oncológicos de Mato Grosso do Sul, no HCAA (Hospital de Câncer Alfredo Abrão) a carência de especialistas em cabeça e pescoço limita a aceitação de novos casos, uma vez que a demanda é alta e a presença de um único especialista não é suficiente para atender a todos. Assim a assessoria informou que a agenda interna está fechada até o final de dezembro de 2023, ou seja, os atendimentos estão suspensos para novos pacientes. Uma das pacientes afetadas por essa situação é a dona de casa Kássila de Oliveira Pinto, de 37 anos, que enfrenta uma batalha contra o câncer na tireoide. Seu diagnóstico foi revelado há apenas dois meses, quando ela descobriu que estava no estágio 5 da doença. “Fui em uma consulta particular e descobri que o meu caso é cirúrgico. Preciso tirar o nódulo no pescoço”, explica. Para receber o tratamento necessário, Kássila precisa ser encaminhada a um oncologista especializado em cabeça e pescoço. No entanto, a opção particular de atendimento é financeiramente inviável para Kássila, com o custo da cirurgia e acompanhamento médico atingindo aproximadamente R$ 22 mil. Recentemente, Kássila sentiu um mal-estar que a levou a procurar ajuda médica. Ela foi internada em uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento) na região do Coronel Antonino e, posteriormente, encaminhada para o HCAA. Na manhã desta terça-feira (3), ao buscar atendimento no hospital, Kássila foi informada de que não havia especialista disponível para o seu caso. Segundo a dona de casa, ela foi informada que o hospital possui apenas um especialista em cabeça e pescoço, que consegue atender apenas duas pacientes por semana, dadas as limitações de tempo e recursos. "Como é que eu fico? Nós pacientes que não temos condições e não pedimos para estar com câncer, como fica nossa saúde?", lamenta Kássila. Esclarecimento - A reportagem entrou em contato com o HCAA para saber quantos profissionais especializados em cabeça e pescoço estão disponíveis no hospital e se há previsão de novas contratações. Em resposta, a Instituição de saúde disse que, apesar de o serviço na área ter aumentado há um ano, a oferta de vagas chegou a 76%, ou seja, atingiu a capacidade limite de atendimentos. Ela também informou que a agenda interna está fechada até o final de dezembro de 2023, logo, os atendimentos estão suspensos para novos pacientes. Ao todo, o Hospital dispõe de apenas um médico cirurgião especialista e dois ambulatórios semanais para consultas médicas atendendo. Em média, são atendidos 115 pacientes por mês, contando com apoio da equipe multiprofissional (fonoaudiologia, nutrição, odontologia, enfermagem). "Mesmo com esse aumento do serviço e da oferta de vagas, o HCAA ultrapassou o limite de sua capacidade. Desta forma, para manter a qualidade dos atendimentos e após informar o gestor pleno da saúde (SESAU), as novas consultas e novos atendimentos de cabeça e pescoço foram suspensos no HCAA", informou a assessoria. O hospital ainda informou que "os pacientes SUS deste segmento devem ser encaminhados pelo próprio Sistema de Regulação (SisReg), da Secretaria Municipal de Saúde, para outras unidades hospitalares através do gestor pleno da saúde dos cidadãos". Direto das Ruas - A reclamação chegou pelo Direto das Ruas, o canal de interação dos leitores com o Campo Grande News . Quem tiver flagrantes, sugestões, notícias, áudios, fotos e vídeos pode colaborar no WhatsApp pelo número (67) 99669-9563. Clique aqui e envie agora uma sugestão. Para que sua imagem tenha mais qualidade, orientamos que fotos e vídeos sejam feitos com o celular na posição horizontal. Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para entrar na lista VIP do Campo Grande News .