Símbolo de MS, Guavira consumida na Capital vem do Paraguai
Símbolo do Estado desde 2017,a Guavira, fruta típica da região do cerrado sul-mato-grossense enfrenta momento de escassez regional. O que antes era encontrado em diversos lugares de Campo Grande virou artigo “raro” e precisa até ser importado do país vizinho. Com cenário, comerciantes precisam trazer o fruto do Paraguai para abastecer a cidade. Quem mantém a produção local são os indígenas. Apesar de não querer dar entrevistas, o responsável por um dos caminhões carregados da fruta, na Rua Avenida João Arinos, admite aos clientes que traz a Guavira do Paraguai e vende o litro por R$20 reais. Outro vendedor, que também não quis ser identificado, estava na Rua Lúdio Coelho e confirmou a importação do país vizinho. Para ele, ao contrário do Estado, no Paraguai o plantio segue forte. “Mato Grosso do Sul plantava muito, mas agora deu espaço para soja e gado”. As únicas que ainda preservam a venda original são as indígenas, como Miranda, da aldeia Cachoeirinha, a 208 quilômetros da Capital. Ela comercializa a fruta na praça do Mercadão Municipal e vende por R$20,00, mas se o cliente chora pode baixar até R$15 o litro. Outra que insiste em não deixar a tradição da fruta morrer é Andreia Marcos Moreno, de 43 anos. Há quatro ela vende Guavira no local O produto é fornecido por um vendedor da aldeia. À reportagem ela diz que o produto está quase acabando. “A gente começou a vender no final de outubro e já tá quase acabando, quase não tem mais Guavira. Esse ano foi bem pouco e rápido. Mas as vendas tão sendo boas, as pessoas compram bastante”. O “sumiço” da Guavira já vem sendo anunciado pelo Campo Grande News há anos. Em 2020, vendedores já relatavam a dificuldade em encontrar o fruto. Na época, eles explicaram que a colheita já não era igual aos anos anteriores. “A cada ano que passa, quando a gente volta para colher, tem menos pés. O dono da fazenda, que autoriza a gente entrar para catar, este ano passou a máquina e derrubou a maioria para criar gado”, explicou Lucas Almada, que precisava ir até Bela Vista para pegar o produto. Tentativa - Para tentar resolver o problema da escassez e fazer o sabor da Guavira não desaparecer, em 2022, a UCDB (Universidade Católia Dom Bosco), plantou no Parque das Nações Indígenas, o primeiro pomar de guavira BR Gardens do Brasil. A iniciativa contou com 50 mudas do fruto em um espaço de 4,9 mil metros quadrados. A ação foi uma parceria da universidade com a S-Inova (Agência de Inovação e Empreendedorismo), e Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural). A expectativa é de que a fruta seja colhida em até três anos. Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News .