Vander diz que PT tem que pensar em Lula antes de fechar com Camila na Capital
O deputado federal Vander Loubet (PT), voltou a reafirmar a necessidade de uma novo debate interno sobre a candidatura do PT à prefeitura de Campo Grande nas eleições deste ano. O líder da bancada federal de Mato Grosso do Sul, considerou prematura o fechamento do partido em torno da deputada federal Camila Jara (PT) como pré-candidata, sem espaço para discussões mais amplas e estratégicas com partidos que tradicionalmente não são aliados. Em suas próprias palavras, Loubet destaca a necessidade de considerar o contexto das eleições municipais de 2024, já delineado pela direção nacional do PT e pelo presidente Lula, como uma "ponte essencial" entre os pleitos de 2022 e 2026. "A eleição de 2024 faz parte da estratégia de reeleição do presidente Lula. Não podemos fechar os olhos para o que está em jogo", alerta o deputado. Em seu sexto mandato, o experiente deputado ressalta que a vitória do PT para a presidência 2022 foi apertada e alerta para a importância de atrair setores de centro-direita comprometidos com a democracia. "Devemos reconhecer que, em 2022, vencemos Bolsonaro por uma margem apertada de votos, graças à adesão de setores de centro-direita. Precisamos dialogar com esses setores, não podemos nos fechar em uma bolha", justificou Vander, que defende um composição com o PT assumindo a vice da ex-deputada Rose Modesto. Reforçando ainda mais a necessidade da construção de um "frente ampla", Vander fez uma análise comparativa com o segundo mandato da presidente Dilma, que culminou em um impeachment. "A margem apertada da vitória deu ao adversário a esperança de cassá-la, como ocorreu em 2016. Não podemos ignorar os desafios que enfrentamos com margens estreitas", disse No âmbito da estratégia nacional do PT, Loubet destaca o exemplo de São Paulo, onde o partido optou por uma aliança com o deputado federal do PSOL, Guilherme Boulos, com o PT indicando Marta Suplicy de vice. "Em São Paulo, Lula venceu Bolsonaro por uma diferença maior que a nacional, mas optamos por uma candidatura diversa. Devemos aprender com essa estratégia", observou Vander, avaliando que o diretório do PT na Capital deveria seguir a mesma diretriz. "Em Campo Grande Bolsonaro venceu Lula por 62,65% a 37,35%. O bolsonarismo está mais enraizado aqui. Não podemos ignorar essa realidade. Precisamos de uma abordagem mais ampla e centrada em alianças para enfrentar esse desafio", disse. Loubet conclui reforçando a importância de uma frente mais ampla do que o PT para enfrentar o bolsonarismo enraizado no eleitorado da capital, justificando que as eleições presidenciais em 2026 passa diretamente pelas eleições deste ano. "Serão os novos gestores municipais, a partir de 2025, que abrirão ou estreitarão as portas para a reeleição do presidente Lula em 2026". "Estamos mais do que convictos de que o único, digno e inarredável projeto político nacional para o PT é o projeto de consolidação do governo Lula e da sua reeleição em 2026, portanto, vamos insistir de que cabe ao PT de Campo Grande, em 2024, debater a possibilidade concreta de construir uma aliança política mais ampla e capitaneada por quadro diverso do PT", finaliza o petista. A posição de Vander Loubet aumenta ainda mais o embate interno no PT sobre a estratégia partidária para as eleições municipais de 2024. Em coletiva realizada ontem (19) a cúpula estadual do partido, com exceção do ex-governador Zeca do PT, refirmou que as discussões do partido estão encerradas com o nome da deputada federal Camila Jara como pré-candidata. “A resolução da direção nacional foi clara, abriu-se um espaço para discutir eventuais alianças, não houve nenhuma proposta. Abriu-se um prazo para também definir a candidatura de unidade. E a direção municipal cumpriu todos esses ritos. Não tem documento novo, não tem resolução nova, o que vale é a resolução de 2023. Nós respeitamos a ex-deputada Rose Modesto, respeitamos a posição do deputado Zeca, do deputado Vander, mas discordamos. Discordamos porque entendemos que a candidatura da Camila é a que pode de fato unificar o nosso campo”, afirmou o presidente estadual da sigla, Vladimir Ferreira.