Advogado encaminha notificação extrajudicial a loja C&A por falta de assistência à mulher agredida
Vítima sofre com dores e não pode arcar com assistência médica
Os advogados da mulher de 53 anos, agredida na loja C&A do Shopping da Bahia, em Salvador, encaminharam, nesta quinta-feira (12), uma notificação extrajudicial à empresa por não conseguirem contato e por falta de assistência à vítima.
Cinco dias após denunciar o caso, a mulher agredida ainda não recebeu assistência da loja, nem do Shopping da Bahia. No entanto, vem sofrendo com dores no corpo e dificuldade para dormir, além de não ter condições financeiras para arcar com os exames médicos necessários para tratar dos problemas.
Também por causa do mal estar, a vítima não teve condições físicas de comparecer a delegacia para prestar seu depoimento, que estava marcado para esta quarta-feira (11). Em entrevista a reportagem, os advogados da vítima, André Carvalho e Philip Peter, informaram ter realizado uma reunião com o setor jurídico do Shopping da Bahia, ontem, que lhes garantiu somente encaminhar o caso para ser analisado em um setor específico.
“A assessoria jurídica do shopping é feita no Rio de Janeiro, e isso gera uma dificuldade na tratativa. Até o presente momento [hoje (12)] não tivemos mais nenhum retorno, sendo que nos foi passado que isso ocorreria com certa urgência”, conta o advogado Philip Peter.
A situação é ainda mais complicada com a loja C&A. Segundo o advogado, todas as tentativas de contato deles com a empresa foram ignoradas. Diante da situação, os representantes da vítima encaminharam, hoje, uma notificação judicial ao estabelecimento. O objetivo da medida é tentar que a C&A preste assistência física e psicológica à vítima sem que haja a necessidade de instaurar um processo jurídico.
A reportagem não conseguiu contato com a C&A. O CORREIO também entrou em contato com o Shopping da Bahia para saber porque nenhuma assistência tem sido prestada à vítima, bem como com a Polícia Civil (PC-Ba) para saber para quando o depoimento foi remarcado e aguarda o retorno de ambos.
Agressão
O caso, que teria ocorrido no último sábado (7), aconteceu após a mulher e sua sobrinha, de 17 anos, terem sido abordadas por supostos seguranças que as acusaram de furto. A ocorrência foi registrada na 16ª Delegacia Territorial (DT/Pituba). De acordo com o registro da Polícia Civil, os suspeitos praticaram agressões verbais contra as duas e físicas contra a tia em um local reservado em uma loja da C&A, no Shopping da Bahia.
"Eu estava com a peça para trocar, e minha sobrinha estava experimentando as roupas. Quando eu me aproximei, o segurança veio e nos acusou de roubo. Ele chamou outro segurança, e esse segurança disse que era policial, e nos levou para a doca. Ao fechar a porta da doca, ele já me deu um murro no ouvido. Em seguida, ele me deu mais dois murros no abdômen perguntando pela roupa", contou a vítima, que preferiu não se identificar, em entrevista para a TV Bahia.
Após o caso vir à tona, na terça-feira (10), a C&A informou à imprensa que lamentava o ocorrido e informou que colabora com as autoridades policiais nas investigações. "É importante reforçar que não toleramos qualquer ato de violência e que tomaremos as medidas cabíveis, se necessário”, escreveu. Nada foi dito sobre assistência à vítima.
Já o Shopping da Bahia esclareceu que demitiu o segurança envolvido no caso e está buscando contato com a família, para oferecer assistência. "A conduta adotada pelo profissional é absolutamente contrária ao propósito do shopping e não condiz com as orientações de boas práticas no relacionamento com os visitantes", disse.