"Questão de racismo estrutural", alega advogado de americano preso em Salvador
Engenheiro de software se masturbou na frente da PM e atacou GP
O norte-americano, de 29 anos, preso nesta quarta-feira (29), suspeito de ter agredido a namorada, não ter feito o pagamento de uma garota de programa, além de ter pego a pistola de um policial e se masturbado em frente aos agentes, vai passar por uma audiência de custódia nesta quinta-feira (30).
Zachary Modi Mikaya foi preso em casa, em um prédio de luxo no bairro do Rio Vermelho, em Salvador, após uma garota de programa alegar que não recebeu o dinheiro do trabalho que fez com o engenheiro de software.
O advogado que acompanha o caso, Geraldo Cunha, alegou que toda a situação está caracterizada como racismo estrutural porque o americano tem "cabelo rastafari".
"Eu acho que foi uma questão de mal-entendido, no mínimo. E, na verdade, uma questão de racismo estrutural porque o rapaz tem 'dread', é o rapaz que tem tranças rastafáris na cabeça, mas é um engenheiro de software do MIT [Massachusetts Institute of Technology], uma das maiores Universidade de tecnologias do mundo. Foi preso dentro de casa, sem um mandado, em uma situação extremamente nebulosa, por uma denúncia de uma garota de programa que para uma viatura repentinamente no meio da rua e mobiliza a polícia para ir, sem mandado, ao apartamento da pessoa para fazer uma apreensão", disse Geraldo à TV Bahia.
O outro advogado que está no caso, Pietro Tedesco, negou que o norte-americano - que está com visto de turista há um ano e que vai vencer no próximo dia 4 de abril - não agrediu a namorada durante a abordagem da polícia no apartamento. Além disso, o Consulado dos Estados Unidos já está a par da situação, prestando toda a assistência ao americano.
O suspeito permanece na Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos, localizada na Baixa do Fiscal, em Salvador. Segundo a Polícia Civil, ele "acabou autuado pelos crimes de resistência, desobediência, ato obsceno, consumo de drogas e violação sexual".