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'Não respeitam o padre': disputa divide Irmandade e mobiliza Basílica do Bonfim

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Irmandade que administra a Basílica tenta alterar poderes instituídos ao padre, que se diz "perseguido"

Fiéis e funcionários da basílica se reuniram em apoio ao padre na última sexta (26)

Há cinco meses, o padre Edson Menezes, 65 anos, da Basílica do Senhor do Bonfim, diz sofrer "perseguição" do novo juiz da Irmandade que administra o templo. Na última semana, a disputa que envolve o religioso e parte da Irmandade se tornou pública e motivou reações de ambos os lados: manifestação em defesa do padre e agendamento de reunião extraordinária.

A situação começou em janeiro deste ano, quando o novo juiz da Irmandade do Senhor do Bonfim, Jorge Nunes Contreiras, tomou posse, dizem fiéis que frequentam a Basílica, mas piorou ao longo dos meses. Sob a condição de não ter o nome exposto pela reportagem, um integrante da Irmandade disse que uma parte minoritária, mas poderosa, do grupo "não respeita o padre". 

"A Irmandade não quer respeitar a igreja, não respeitam o padre. Quem manda é o padre. Por mais que a gente administre, quem faz a missa é ele. Isso está acontecendo porque uma parte da Irmandade, um pessoal que não gosta do padre, que não frequenta, que se acha superior, trata o padre como se fosse empregado. O padre merece respeito, não merece isso"

As primeiras brigas foram motivadas por desavenças durante os preparativos para a festa do Bonfim deste ano, com tentavas de interferências da Irmandade na programação, há 16 anos organizada pelo padre Edson.

A reportagem buscou oficialmente a Irmandade, que, por meio da assessoria de comunicação, disse que não iria se manifestar. O espaço segue aberto. 

No último dia 25 de maio, Jorge Contreiras, o empresário lidera a Irmandade, convocou uma reunião extraordinária para alterar aspectos do funcionamento da igreja e dos poderes instituídos ao líder religioso. O CORREIO teve acesso ao edital de convocação da reunião. 

Entre as 11 pautas do encontro, marcado para 19h30 do dia 1º de junho, estão a proibição do uso do nome e de símbolos da basílica pelo padre, com objetivos comerciais, determinar o fechamento da loja do Projeto Bom Samaritano (projeto social criado pelo padre Edson que promove atividades de formação e doações) e assinar a carteira de trabalho do padre, que seria remunerado em quatro salários mínimos.

Padre Edson conversou com a reportagem, por telefone, sobre os problemas entre ele e a Irmandade. O reitor da basílica disse que o novo juiz não estava em nível hierárquico acima dele - papel ocupado pelo arcebispo de Salvador, Dom Sérgio Cardeal da Rocha - e que "padre não tem carteira assinada".

Dom Sério Cardeal da Rocha, ainda de acordo com Edson, "está acompanhando" o caso. 

"A finalidade é que ele assine minha carteira para eu ficar submisso a ele. Padre não tem carteira assinada, recebe uma côngrua determinada pela arquidiocese, no meu caso sendo reitor posso receber de 3 a 5 salários, uma determinação da arquidiocese"

Edson é reitor da Basílica do Senhor do Bonfim há 16 anos. Segundo ele, o novo juiz da Irmandade que administra a Igreja é "um tirano", com atitude "de confronto, rivalidade e competição comigo". 

"Sou muito querido pelos devotos e devotas, pelas pessoas que frequentam o Bonfim, que ele não conhece, ele não sabe das demandas da igreja, ele desconhece a movimentação da igreja e nunca me perguntou como funciona. Só que já chegou aqui ditando regras".

Na versão dele, a "perseguição" é provocada por fatores como as estruturas criadas por ele, como o projeto social Bom Samaritano, e as ações cotidianas na igreja.

"Ele percebe a minha atuação, ela percebe como eu sou querido, eu tenho credibilidade, tenho bom relacionamento com o pessoal do Candomblé [...] Também é perseguição porque dou espaço para religiões de matriz africana, o preconceito é muito grande".

O novo juiz da Irmandade tomou posse em janeiro deste ano. A eleição é decidida por membros da própria Irmandade - são, aproximadamente, 100 - e membros da sociedade civil. Há 277 anos, a Irmandade do Senhor do Bonfim foi criada com o objetivo de zelar pela integridade, o patrimônio e as atividades da igreja.

A parte clerical, no entanto, é de responsabilidade da Arquidiocese de Salvador. Procurada, a Arquidiocese não atendeu à reportagem até o fechamento da publicação.

Os defensores do padre Edson, entre fiéis e funcionários da basílica, se reuniram no início da noite da última sexta-feira (26). Entre eles, estava o roteirista e escritor Jorge Ribeiro, para quem as ações do padre à frente da Basílica do Senhor do Bonfim, como doação de cestas básicas, "incomoda os conservadores que preferem fechar os olhos".  

"As ações que esse pequeno grupo movem contra o pároco é muito mais pela sua competência em apoio as famílias que ali vão buscar o que comer, com a doações de cestas básicas através do projeto Bom Samaritano. E o acolhimento a toda e qualquer pessoa que busca conforto espiritual, seja ele de qualquer religião. Acredito que isso incomoda os conservadores que preferem fechar os olhos para o novo".

*Com orientação da subchefe de reportagem Monique Lôbo











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