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Conheça altar de Santo Antônio que desperta curiosidade há 17 anos em casa no Carmo

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Devoto do franciscano, Rodrigo Guedes iniciou tradição ao lado das avós

Artista devoto de Santo Antônio mantém tradição de confecção de altar em casa do Carmo

Confeccionar o altar de Santo Antônio e realizar uma ‘reza pública’ na casa da avó materna é uma tradição mantida pelo artista baiano Rodrigo Guedes, de 34 anos, há quase duas décadas. Nascido e criado no bairro soteropolitano que leva o nome do santo, no Carmo, o autodidata conheceu a devoção católica ainda criança, ao observar a bisa guardando a imagem de Antônio em uma caixa de bombom, em cima de um antigo guarda-roupa.

“Essa cena foi eternizada em minha mente. Ali, comecei a ver o altar de Santo Antônio. As lembranças que vivi com as duas (avó e bisavó), me vestindo de Santo Antônio para ajudar na trezena da igreja, quando criança. São memórias familiares que eu tenho, trago e mantenho aqui”, contou Rodrigo.

A memória afetiva mais antiga de Rodrigo deu origem à tradição realizada na casa de dona Maria Socorro, mais conhecida como Moriô, há 17 anos. Desde de 2007, em todo primeiro de junho, a residência de fachada amarela, com a imagem de Santo Antônio estampada em azulejos, abre as portas para receber os fiéis devotos, que são surpreendidos com um altar que vai até o teto do imóvel. Aberto ao público até o dia 13 junho, data oficial da comemoração, o espaço ainda realiza a reza no tríduo do padroeiro, três dias antes da festa.  

“Aqui, nós temos ele (Santo Antônio) como dono do bairro. É um motivo de alegria, de festa, de renovação e esperança. São treze noites voltadas ao sagrado, renovando a nossa esperança e a nossa fé. (...) Eu resgatei uma história minha e tornei pública, permitindo que as pessoas tivessem acesso à casa e à história de Santo Antônio, com intuito de relembrar todas as manifestações religiosas que eram feitas em casa.”

“Sempre vivi a trezena dentro de casa. É uma coisa religiosa, ancestral, de avó, de bisavó. São tradições religiosas, que, independentemente de serem feitas em Salvador ou não, sempre remetem à família, à união, às festas juninas, que perduram durante os anos. Cada um com seu costume, com sua forma de celebrar Santo Antônio”, disse o artista.

Na casa de dona Moriô e Rodrigo, a devoção ao santo é escancarada nos quatro cantos. Além de aparecer em 22 imagens tradicionais de uma coleção particular, o franciscano é homenageado em uma gruta, com uma imagem de 1968. Praticamente um memorial de Santo Antônio, a residência do artista ainda deixa exposto o diploma de membro da Irmandade de Santo Antônio, concedido a avó paterna do devoto, dona Elza Guedes, que faleceu no dia do casamenteiro, em 2015.

“Desde criança, tenho lembranças da minha relação com Santo Antônio, por causa da família. Não foi uma coisa passada para outra pessoa, veio diretamente para mim. Eu abracei, não foi nada imposto, foi uma coisa espontânea, como um chamado de resgate de memória da minha família, que eu não poderia deixar perder.”

Uma curiosidade na tradição do artista é a utilização de elementos musicais que remetem à sede do afoxé Filhos de Gandhy, que fica no Pelourinho. Desde 2012, quando o santo foi homenageado no Centro Histórico de Salvador, as cantigas de Antônio que são escolhidas para as celebrações na casa de Rodrigo são feitas ao som do ijexá, pelos atabaques e agogô. "É um ritmo agradável, que nos traz alegria, nos remete à ancestralidade e nos remete aos afoxés".

Processo de criação

Sozinho, no silêncio da madrugada, Rodrigo inicia a construção do altar. Após preparar um esboço à mão, comprar uma quantidade de papelão necessária na Feira de São Joaquim e pedir intercessão do próprio santo, o artista permite que a criatividade flua em um ritual próprio. 

"Faço um esboço, um rascunho, para ter um norte do que vou produzir, mas é na hora mesmo que a mágica acontece, que o próprio santo intui, como vai ser o formato, as proporções. A criatividade vai surgindo junto com a arte."

Rodrigo Guedes confeccionando o altar de Santo Antônio deste ano (Foto: Paula Fróes/CORREIO)

Aproximadamente uma semana antes do primeiro dia de junho, o devoto inicia o projeto que termina em um altar de 5 metros, cheio de cor e ornamentações. "Eu prefiro fazer só e na madrugada, quando está tudo silencioso. Vou me concentrando, me conectando, pedindo a ele intuição e vai fluindo da melhor forma possível."

Artista confecciona o altar sozinho, uma semana antes do mês de junho (Foto: Paula Fróes/CORREIO)

*Sob a supervisão da subeditora Monique Lobo











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