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Flagrante para quem esquecer o bom Nadinho

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Flagrante forjado não se assina. Mas no caso de esquecer de citar Nadinho, num texto de coluna na qual se trata de um memorial da trajetória de grandes goleiros do Bahia, não há como o escrivão fazer-se mouco ao doutor delegado.

Teve a honra esta humilde coluna, de sofrer o decreto da provisória, por parte de um seus poucos, mas ilustres leitores, talvez o maior deles, nosso colega e glória da Civil e da Imprensa.

Sim, leitoras e leitores, ninguém menos, Antônio Matos, o prezado e querido Nininho, confessou ser assíduo neste espaço. E mais: marca como Grande Back, corrigindo-me do lapso irrecorrível da coluna de quarta passada.

Sem direito a condicional, escrevo da lúgubre cela onde cumpro a pena, da minha admiração por Leonardo Cardoso, com quem assisti Internacional 0x0 Bahia, 19 de fevereiro de 1989, na Travessa Xangô, no Principado de Itapuã.

Não só o Bahia, mas nosso Vitória tem Nadinho no engaste de seu distintivo, como joia cantada por Gal Costa, em letra de Ary Barroso, no álbum presenteado por Moysés Volta Seca, iniciando-me tardiamente na MPB.

Nadinho pegou no Vitória de 1953, pela primeira vez campeão: com Valvir, Alírio, Purunga, Gago, Joel, Tombinho, Alencar, Juvenal Jegue Alemão, Ciro, Quarentinha – não comemorava porque entendia ser seu dever fazer gols...

Coincidentemente, o Grêmio, próximo eliminado na Copa do Brasil, tem um goleiro como mito fundador de sua história: Lara, o Imortal, daí o adjetivo transmitido ao tricolor gaúcho.

Mesmo desenganado pelos médicos, por tuberculose, Lara pegou a final de 1935 e fechou: Grêmio 2x0 Inter. Depois, veio a morte aparente. Mas a ideia de Grêmio, esta permaneceu eterna, perfeita, incorruptível... imortal!

Na real, o confronto Bahia City x Grêmio inspira quatro diálogos: se a repetição produz probabilidade ou não; se o ser é, o não-ser não é; se o ser é mas pode não ser; se só há o vir-a-ser ou se é possível voltar a ser.

Caso a repetição produza probabilidade, o fato de o Grêmio ter eliminado o Bahia em todas as quatro vezes nas quais se defrontaram - três em quartas de final-, os amantes do passado vão cravar fácil: o Grêmio avança na Copa.

Mas se a pessoa verificar melhor ter sido ela própria resultado de altíssima improbabilidade, com a vitória sobre 300 milhões de outros espermas na corrida rumo ao goal do útero materno, a perspectiva muda radicalmente.

Não apenas somos resultado de elevadíssima improbabilidade, como continuamos, a cada dia, ampliando esta vida improvável pois as chances de doença, queda, colapso, AVC, atentado, colisão no trânsito... só aumentam.

Fica evidente o contraste entre o devir – o vir a ser incessante – e a repetição. Se prevalece o devir, o próximo Bahia x Grêmio vai diferir dos anteriores pois será necessariamente irrepetível, virginal, “inédita pamonha”... (beijo, Clóvis...)

Quem acredita no ser como movimento e/ou mudança também formará crença no avanço do Bahia, pois se tudo passa, se tudo passará, quanto mais um confronto no esporte imprevisível.

Vai comprar pule no Grêmio quem entende ser impossível o inverso, o devir, pois se é, é; se não é, não é. Logo, o Grêmio classificado nas quartas contra o Bahia é; o Bahia classificado nas quartas contra o Grêmio não é.

Paulo Leandro é jornalista e professor Doutor em Cultura e Sociedade











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