Garimpo ilegal na Amazônia tem prejuízo de R$1 bilhão em apreensões, revela Ibama
247 - Em uma série de operações antigarimpo realizadas ao longo deste ano, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) desmantelou uma infraestrutura ilegal avaliada em R$ 1,1 bilhão, conforme dados do site Repórter Brasil. A ação focou em áreas-chave da Amazônia, onde dezenas de escavadeiras, dragas, balsas e aeronaves foram apreendidas ou destruídas, lançando luz sobre a face industrial do garimpo ilegal na região.Ainda de acordo com a reportagem, nas sete principais operações antigarimpo de 2023, denominadas Cayaripellos, Xapiri, Harpia, Ferro e Fogo III, Joker III, Acupary e Inopinus Flora, o Ibama concentrou seus esforços nas bacias dos rios Madeira e Tapajós, bem como nas Terras Indígenas (TIs) Vale do Javari e Yanomami. Nessas incursões, foram confiscadas 262 balsas e dragas, cujo custo médio unitário atinge a marca de R$ 2,8 milhões, de acordo com o Instituto Escolhas.Além dessas máquinas, 29 aviões e 2 helicópteros foram apreendidos ou destruídos. Entre essas aeronaves, estava um helicóptero Sikorsky S-76, avaliado em R$ 10 milhões. Surpreendentemente, mais de 30 kits da Starlink, produto da empresa de Elon Musk, foram retidos. Segundo Jair Schmitt, diretor de Proteção Ambiental do Ibama, essas apreensões destacam a disparidade tecnológica entre os garimpeiros e os fiscais de campo.A lista de apreensões inclui tratores, motores hidráulicos, barcos, motocicletas, caminhonetes e materiais de acampamento, indicando uma sofisticação industrial no cerne do garimpo ilegal. Pedro Walfir, coordenador de pesquisas em mineração do MapBiomas, questiona quem está por trás desses investimentos milionários, sugerindo o envolvimento de empresários que financiam essas operações ilícitas.A destruição dos equipamentos, uma prerrogativa legal do Ibama, foi notavelmente aumentada em 2023, marcando uma mudança significativa após anos de relaxamento durante o governo anterior. Sob a gestão de Jair Bolsonaro, medidas ambientais foram enfraquecidas, mas o atual aumento nas apreensões e destruições indica uma postura mais firme contra o garimpo ilegal na Amazônia. No entanto, especialistas apontam que a batalha contra essa indústria bilionária será uma jornada lenta e desafiadora, considerando as limitações de recursos enfrentadas pelas autoridades.