Мы в Telegram
Добавить новость
smi24.net
Brasil247.com
Октябрь
2023

Putin e a Montanha Mágica Multipolar

0

img src="https://cdn.brasil247.com/pb-b247gcp/swp/jtjeq9/media/20231005131028_0c6ea28219fa0253c9fd5a262d76d9124c5480e871d6f3111db179873235a8ae.png" width="610" height="380" hspace="5" /

Aquela era [de domínio do Ocidente] acabou há muito tempo. E jamais voltará

br clear="all"

Mas, em vez de um mergulho fundo nas sedutoras e degeneradas ideias de uma comunidade introvertida nos Alpes Suíços às vésperas da Primeira Guerra Mundial, imergimos nas novas e poderosas ideias expressas por uma comunidade de intelectuais da Maioria Global às possíveis vésperas de uma insana Terceira Guerra projetada por neocons.E então, é claro, o Presidente Putin interveio, atingindo a sessão plenária como um relâmpago. Aqui vai uma lista não-oficial das Dez Mais de sua fala, antes das Perguntas e Respostas que foram caracteristicamente interessantes: "Cheguei a sugerir que a Rússia ingressasse na OTAN. Mas não, a OTAN não precisa de um país como esse (…) Aparentemente, o problema são interesses geopolíticos e uma atitude arrogante frente a "Nunca começamos a chamada guerra na Ucrânia. Estamos tentando pôr fim a ela". "No sistema internacional, a ilegalidade impera suprema". "Essa não é uma guerra territorial. A questão é muito mais ampla e mais fundamental: trata-se dos princípios sobre os quais a nova ordem mundial será erigida". "A história do Ocidente é uma crônica de infindável expansão e uma gigantesca pirâmide financeira"."Uma certa parte do Ocidente precisa sempre de um inimigo. Para preservar o controle interno de seu sistema"."Talvez [o Ocidente] deva conter sua soberba". "Aquela era [de domínio do Ocidente] acabou há muito tempo. E jamais voltará". "A Rússia é um estado-civilização distinto". “"Nosso entendimento do que vem a ser uma civilização é bem diferente. Primeiramente, há muitas civilizações. E nenhuma delas é melhor nem pior que qualquer outra. Elas são iguais como expressão das aspirações de suas culturas, suas tradições e seus povos. Para cada um de nós é diferente". Rumo a uma "Multipolaridade Assincrônica" - O tema do Valdai 2023 foi, muito apropriadamente, 'Multipolaridade Justa'. Os principais eixos da discussão foram apresentados neste provocador e detalhado relatório. É como se o relatório tivesse preparado a cena para a fala de Putin e para suas cuidadosamente elaboradas respostas às perguntas colocadas pelo plenário. O conceito de multipolaridade, no espaço russo, foi originalmente formulado pelo grande Yevgeny Primakov, hoje falecido, em meados da década de 1990. Agora, o caminho para a multipolaridade baseia-se no conceito do Chanceler Sergey Lavrov de "paciência estratégica". Em uma ziguezagueante cornucópia de estados-nação, blocos maiores, blocos de segurança e blocos históricos ideológicos, nos encontramos hoje profundamente imersos em mega-alinhamentos – embora o Ocidente político cultive suas ambições universalistas. O "não-bloco" é, na verdade, um mega-alinhamento, tanto quanto o Movimento Não-Alinhado (MNA) revitalizado, que encontra sua expressão no G-77 (na verdade composto por 134 países). A rota ideal a ser seguida talvez seja o horizontalismo – no sentido de Deleuze-Guattari – onde teríamos 200 estados-nação iguais. É claro que o Coletivo Ocidental não permitirá que isso aconteça. Andrey Shushentov, Reitor da Escola de Relações Internacionais da Universidade MGIMO, propõe a ideia de "multipolaridade assincrônica". Radhika Desai, da Universidade de Manitoba, propõe a "pluripolaridade" – termo tomado de empréstimo a Hugo Chávez.O risco, como expresso pelo cientista político turco Ilter Turan, é que, ao tentar construir uma réplica do atual sistema por meio, por exemplo, do BRICS 11, podemos estar correndo rumo a um sistema paralelo que simplesmente não consegue se organizar como o líder de uma nova ordem. Um resultado claramente possível, portanto, é um sistema bipolar – levando-se em conta a impossível convergência de valores em comum. Ao mesmo tempo, uma perspectiva do Sudeste Asiático, trazida pelo Presidente da Academia Diplomática do Vietnã, Pham Lan Dung, aponta para o que é realmente relevante para os países médios e pequenos: tudo deve proceder com base em amizades Sul-Sul. O Banco dos BRICS: é complicado - Em um dos principais painéis sobre os BRICS como protótipo de uma nova arquitetura internacional, a estrela do show foi o economista brasileiro Paulo Nogueira Batista Jr., que, baseando-se em sua vasta experiência anterior no FMI e como vice-presidente do NBD – o banco dos BRICS – fez uma apresentação realista.O problema crítico do NBD é como manter a unidade e ao mesmo tempo navegar a política de poder e alcançar os próximos estágios da desdolarização.Batista descreveu de que forma uma nova arquitetura internacional pode implicar uma futura moeda comum. Ele ressaltou o êxito da implementação de dois experimentos práticos: um fundo monetário dos BRICS (chamado de Acordo das Reservas Contingentes, ARC) e um banco de desenvolvimento multilateral, o NBD.O avanço, entretanto, "vem sendo lento". O fundo monetário "foi congelado pelos cinco Bancos Centrais" e deve ser expandido. Os vínculos com o FMI têm que ser rompidos", mas isso implica "forte resistência" pelos cinco Bancos Centrais dos membros dos BRICS (e logo haverá onze). Transformar o NBD será uma tarefa sisífica. O desembolso de empréstimos, bem como a implementação de projetos, vem sendo "lentos". O dólar americano "é a unidade de conta do banco" – o que, em si, é contraproducente. O NBD está longe de ser um banco global: apenas três países se juntaram a ele. A atual presidenta do Banco, Dilma Rousseff, tem apenas dois anos para operar essas mudanças. Batista observou que a ideia da moeda comum originalmente partiu da Rússia e foi prontamente abraçada por Lula quando ele era presidente do Brasil nos anos 2000. O conceito do R5 – as moedas de todos os cinco atuais membros dos BRICS começam com 'r' – talvez perdure, mas agora terá que se expandir para R11. O primeiro passo à frente significativo, depois da renovação do NBD, deverá ser uma moeda de um banco emissor lastreada por títulos garantidos pelos países membros, livremente conversível, com swaps de divisas denominadas em R5. Uma perspectiva saudável é que a Rússia irá indicar o próximo presidente do banco, a começar de 2025. O caminho adiante, portanto, depende substancialmente da Rússia e do Brasil, conforme ressaltou Batista. Na cúpula dos BRICS 11 em Kazan, no sudoeste russo, a ser realizada no próximo ano, "uma decisão crucial deverá ser tomada". E durante a presidência brasileira dos BRICS, em 2025, "os primeiros passos práticos deverão ser anunciados". Em busca de uma Nova Universalidade - Em Valdai, praticamente todos os a painéis focaram o desenvolvimento de um sistema alternativo, mas os dois principais temas foram, inevitavelmente, a falta de democracia das atuais instituições internacionais e o uso do dólar americano como arma de agressão. Batista corretamente observou que os próprios Estados Unidos são o pior inimigo do dólar americano quando o usam como arma. Na sessão de Perguntas Respostas, Putin tratou da importante questão dos corredores econômicos. Ele mencionou a ideia de que a ICR e a União Econômica Eurasiana (UEEA) talvez tenham interesses distintos: "Não é verdade. Elas são harmônicas e se complementam mutuamente". Isso se reflete na forma com que elas são dirigidas a "assegurar novas rotas logísticas e cadeias industriais", e tudo isso "complementado pelo verdadeiro setor produtivo". Seguindo adiante, há uma necessidade urgente de cunhar uma nova terminologia para essa nova "universalidade" que vem surgindo – mesmo que os países continuem a se comportar, na maioria das vezes, de acordo com seus interesses nacionais. O que está claro é que a "universalidade" do Coletivo Ocidental deixou de ter validade. Um notável painel sobre "A Civilização Russa através dos Séculos" mostrou que a ideia de "universalidade" de fato ingressou na civilização ocidental por meio de São Paulo – depois de seu momento de Damasco - ao passo que a ideia indiana de equilíbrio contida nos Upanishades seria muito mais apropriada.Mesmo assim, estamos agora em meio a um candente debate sobre a ideia de "estado-civilização", exemplificada principalmente pela Índia, China, Rússia e Irã.Pierre de Gaulle, neto do icônico general, elaborou a ideia francesa corporificada no tão citado slogan "liberdade, igualdade, fraternidade" – não exatamente defendido pelo macronismo. Ele fez questão de ressaltar que ele era o "único representante da França" em Valdai (apenas uns poucos acadêmicos europeus vieram a Sochi, e nenhum diplomata). De Gaulle lembrou a todos que Saint Simon era russófilo, e que Voltaire se correspondia com Catarina a Grande. Ele aludiu aos profundos laços culturais franco-russos, a uma "comunidade de interesses compartilhados e ao "vínculo da Cristandade".É importante notar que, por outro lado, "os Estados Unidos jamais aceitaram que a Rússia pudesse se desenvolver segundo um modelo diferente". E hoje isso é ilustrado pelo fato de que "as elites intelectuais do Ocidente pouco sabem sobre a Eurásia". De Gaulle enfatizou "o trágico erro de ver a Rússia com olhos ocidentais". Ele evocou Dostoievsky ao lamentar a atual "destruição de valores familiares" e o "vazio existencial" embutido no processo da fabricação de consentimento". Ele comprometeu-se a "lutar pela independência" da mesma forma que seu avô, sob o selo de "fé, família e honra", e ressaltou que "temos que repensar a Europa", convidando aqueles que "se aproveitam da guerra para lucrar a virem à Rússia". No Alto da Montanha: Catedral ou Fortaleza? - Além de Valdai, e especialmente durante todo o crucial ano de 2024 – quando a Rússia ocupará a presidência dos BRICS – as discussões sobre "polos" de civilizações antigas avançarão muito. Uma ampla coalizão de estados que apoiam a multipolaridade na verdade não apoia o conceito de "civilização", defendendo, em vez dele, a ideia de soberania do povo. Coube a Dayan Jayatilleka, ex-embaixador plenipotenciário de Sri Lanka na Rússia, propor uma brilhante formulação.Ele mostrou que o Vietnã enfrentou com êxito uma guerra por procuração contra o Hegêmona – "usando 5000 anos de civilização vietnamita". Esse foi um "fenômeno internacionalista". Ho Chi Minh tomou suas ideias de Lenin – contando com o pleno apoio de estudantes dos Estados Unidos e da Europa. A Rússia, portanto, poderá aprender com a experiência vietnamita como conquistar jovens corações e mentes por todo o Ocidente para sua causa da multipolaridade. Ficou claro para a maioria esmagadora dos analistas reunidos em Valdai que o conceito de civilização russa é um "desafio existencial" ao Coletivo Ocidental. Especialmente por incluir, em termos históricos, a radical universalidade da União Soviética. Chegou a hora de os pensadores russos trabalharem intensamente para refinar esse aspecto internacionalista. Alexander Prokhanov trouxe uma outra formulação surpreendente. Ele comparou o sonho russo com uma catedral no alto da montanha, enquanto o sonho anglo-saxão é o de uma fortaleza no alto da montanha, engajada em constante vigilância. E se você não se comporta bem, "irá receber alguns Tomahawks”.A conclusão: "Estaremos sempre em conflito com o Ocidente". E daí? O futuro, tal como o discuti com o Grão-Mestre Sergey Karaganov, um dos fundadores do Clube Valdai, está no Oriente. E foi Karaganov que, de forma convincente, colocou a questão mais desafiadora para Putin. Ele ressaltou que a dissuasão nuclear não funciona mais. "Deveríamos rebaixar o limiar nuclear?" Putin respondeu: "Tenho conhecimento de sua posição. Permita-me lembrar-lhe que a doutrina militar russa coloca duas razões para o possível uso de armas nucleares. A primeira é caso armas nucleares sejam usadas contra nós – como retaliação. Essa reação é absolutamente inaceitável quando se trata de um agressor potencial. Porque a partir do momento em que o lançamento de um míssil for detectado, não importa de onde ele venha – de qualquer pontos dos oceanos do mundo ou de qualquer território – em um ataque retaliatório, tantos, tantas centenas de nossos mísseis surgirão no ar que nenhum inimigo terá a menor chance de sobreviver, e em várias direções simultâneas". A segunda razão seria "uma ameaça à existência do estado russo, mesmo no caso de apenas armas convencionais serem usadas. E então veio o ponto chave – aliás, uma mensagem velada aos personagens cujo sonho é uma "vitória" por meio de atacar primeiro: "Teríamos que mudar isso? Por quê? Não vejo nenhum sentido. Não há uma situação em que algo possa ameaçar a existência do estado russo. Nenhuma pessoa em sã consciência sequer pensaria no uso de armas nucleares contra a Rússia". Tradução de Patricia Zimbres











СМИ24.net — правдивые новости, непрерывно 24/7 на русском языке с ежеминутным обновлением *