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Октябрь
2023

Colonialismo e Sionismo

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O professor Quartim afirma que 'O projeto sionista de fundar um Estado na terra palestina é intrinsecamente colonial'

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Tenho lido muito sobre o conflito na Palestina, a criação do Estado de Israel, a discordância dos palestinos quanto a área que a resolução da ONU destinava a eles, o método de ocupação de Israel (que fixa seus colonos em áreas da Palestina e expulsa militarmente os palestinos), a opressão imposta ao povo, os conflitos, os ataques e as respostas, as mortes de civis de lado a lado, o caos, a barbárie e os crimes contra a humanidade que se praticam em nome de causas e ideias apodrecidas.Causas injustas que em 53 dias de conflito no verão de 2014, mataram 2,2 mil palestinos, sendo 1,5 mil eram civis e 538, menores de idade, conforme dados do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários nos Territórios Palestinos Ocupados, além das 71 mortes, seis delas de civis, do lado de Israel.Vidas ceifadas pela incivilidade.Minhas leituras me levaram a um texto do professor João Quartim de Moraes, aqui da UNICAMP: “As conexões do sionismo com o colonialismo, o fascismo e o racismo”, um título forte e uma reflexão necessária.Vou me ater nesse artigo ao componente colonialista que estrutura o sionismo, segundo o professor João Quartim de Moraes.O professor escreveu que em cinco mil anos de história da Palestina, os judeus “dispuseram, antes de 1948, de um poder político independente durante pouco mais de 530 anos, de cerca de –1030, quando Saul tornou-se rei das doze tribos por ele reunidas, até –587, quando a conquista do reino de Judá pelos babilônios provocou a primeira diáspora” e que à dominação babilônica, ensina o professor, sucedeu a persa.Evidentemente, muita coisa aconteceu em cinco mil anos, mas, pode-se dizer que tudo ia bem nessa quadra até que em 1895, quando Theodor Herzl publicou “O Estado judeu”, livro básico do movimento sionista; até então o judaísmo era sobretudo um fato religioso. Cultural e politicamente, era largamente majoritária entre os judeus a tendência à assimilação.O sionismo, proposta política de Herzl, transformou um fato religioso em projeto estatal a partir do pressuposto ideológico de que havia um fato nacional judeu, apesar de não haver sequer um idioma comum (o hebreu dos textos teológicos é língua morta), nem um território comum, nem aspiração geral a fundar um Estado.O texto nos traz a seguinte questão: “haveria de fato um povo judeu?”Conforme João Bernardo, citado pelo professor João Quartim de Moraes, “Os judeus são um povo, definido por um conjunto de tradições e hábitos culturais em que a religião é uma parte componente, embora não indispensável. O sionismo é um movimento político que se propôs formar uma nação a partir do povo judaico, disperso desde há muitos séculos no seio de outras sociedades; o objetivo do sionismo era separar os judeus das sociedades onde viviam e conduzir uma corrente migratória para a Palestina, acabando por fundar o Estado de Israel”.João Quartim de Moraes não concorda que existia um povo judeu, pois, não seria suficiente um conjunto de tradições e hábitos culturais para configurar um povo, salvo num sentido extremamente elástico desse termo, tanto que o projeto de Herzl era extremamente minoritário entre os judeus, até a Segunda Guerra Mundial.E há outros que reprovam a criação de um Estado judeu, pois, "a intenção de imigrar e viver na Palestina seria algo distante das intenções reais da maioria dos judeus, estando presente apenas enquanto referência religiosa" (conf. Abraham Leon)Abraham Leon escreveu que "durante o tempo que o judaísmo ficou incorporado ao sistema feudal, o 'sonho de Sião' não foi precisamente mais que um sonho e não correspondia a nenhum interesse real (...). O taberneiro ou o 'granjeiro' judeu da Polônia do século XVI pensava em retornar à Palestina tanto quanto o milionário judeu da América de hoje.", ou seja, o sionismo não tem nenhuma relação com o judaísmo.Mas a tese do retorno ao lugar de origem ganhou força em razão do uso de forte apelo religioso, baseado na redenção do povo de Israel e na “Terra Prometida”, apesar da oposição de correntes religiosas (em especial as fundamentalistas) a consideravam uma compulsão heroica e sentimental, e alguns até a reprovavam duramente, alegando que “redenção” deveria vir obrigatoriamente pela “obra de Deus” e não de ações políticas.No entanto, tais visões foram se tornando gradativamente minoritárias e isoladas com o passar dos anos e o crescimento da Organização Sionista e, atualmente, a oposição judaica ao sionismo está restrita a alguns membros de seitas religiosas, como os haredim do Neturei Karta, Satmer e Edá Hacharedit, bem como adeptos de ideologias internacionalistas de esquerda.O autor João Bernardo, novamente citado por Quartim, afirma que “A esmagadora maioria dos judeus era composta por assimilacionistas, que, embora defendessem o direito a manter a sua especificidade cultural, defendiam também a sua plena integração nas sociedades onde viviam. Na Alemanha Imperial a grande maioria dos judeus exibia um patriotismo nas raias do chauvinismo, e os judeus austríacos, em vez de se apresentarem como uma das nacionalidades do império, consideravam-se parte integrante da população alemã”.Projeto colonial.O professor Quartim afirma que “O projeto sionista de fundar um Estado na terra palestina é intrinsecamente colonial. Nem todos os sionistas foram fascistas, mas todos os seguidores de Theodor Herzl foram colonialistas, em graus e matizes diversos. Herzl atribuiu, com efeito, ao futuro Estado judeu a missão de “fazer parte de uma muralha defensiva da Europa na Ásia, um posto avançado da civilização contra a barbárie” (LAQUEUR, 1972, p. 95; BROWN, 1983, p. 6)”Por que colonialista? Colonialismo é um método de dominação de uma nação sobre outra por meios territoriais, culturais e econômicos. Existem dois modelos de formação de colônias: o “modelo de exploração”, que busca a extração de recursos e matérias-primas da região colonizada para o império colonizador e o “modelo de povoamento”, relacionado com o deslocamento de uma massa de colonos para o território a ser colonizado. Observação necessária: o Colonialismo está ligado ao Imperialismo e à “falsa ideia de globalização que compõe uma narrativa de legitimação do processo de invasão e opressão do Ocidente sobre o Oriente”.Em certa medida o sionismo e a causa palestina foram traídas pela Inglaterra, que após a I Grande Guerra esqueceu dos compromissos da “Declaração Balfour”, que indicava a criação do Estado judeu, respeitando o palestino. A “Declaração Balfour” é uma carta de 2 de dezembro de 1917 do então secretário britânico de assuntos Arthur james Balfour, servilmente dirigida a Lionel Walter Rothschild, o sionista Barão Rothschild, líder da comunidade judaica no Reino Unido, onde ele afirma a intenção do governo britânico de facilitar o estabelecimento do Lar Nacional Judeu na Palestina, caso a Inglaterra conseguisse derrotar o Império Otomano, que dominava a região; Balfour escreveu também: “nada será feito que possa atentar contra os direitos civis e religiosos das coletividades não-judaicas existentes na Palestina”Apesar de não cumprir o compromisso contido na “Declaração de Balfour” a Inglaterra favoreceu a imigração sionista, para a região, o que um nacionalismo árabe e a solidariedade islâmica.Em 1931, realizou-se em Jerusalém uma conferência à qual compareceram, além dos países árabes, representantes de todas as comunidades muçulmanas importantes, da Nigéria à Iugoslávia, da China às repúblicas soviéticas do Uzbequistão e do Cáucaso, que se colocou contra a política pró-sionista da Inglaterra.Mas naquele momento a imigração judaica para palestina era enorme. Quando da Declaração Balfour, os judeus na Palestina correspondiam a 8,3% da população total, em 1939 já eram mais 33%.Compartilho o que aprendi com o professor João Quartim de Moraes nessa resenhae.t. Uma informação curiosa que o professor Quartim traz em seu texto é que foi forte “a presença de militantes socialistas, que lançaram a experiência dos “kibbutzim”, cooperativas de trabalho, principalmente agrícolas, cuja imagem progressista valeu simpatias a Israel na esquerda europeia, sempre tentada pelo “argumento civilizatório”.

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2023-10-14T13:18:25-03:00

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