Boric afirma que a política deve dar soluções no aniversário do estallido social no Chile
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Presidente pediu à política chilena para refletir sobre as causas subjacentes mais profundas dos chilenos com suas instituições
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Télam - O presidente do Chile, Gabriel Boric, disse nesta quarta-feira (18) que a política deve "dar soluções" às demandas dos cidadãos e descartou "atos especiais ou específicos" para o quarto aniversário do início dos protestos contra o governo de Sebastián Piñera, que resultaram no processo de reforma da Constituição que ainda está em andamento no país."O estouro social, que alguns querem fingir que não aconteceu ou apagar da história do nosso país, tem efeitos duradouros e acredito que ainda é cedo para estabelecer uma análise completa", afirmou o presidente da China, onde participa do III Fórum do Cinturão e Rota para a Cooperação Internacional."O que tenho claro é que o descontentamento do povo chileno que se manifestou durante esses meses é uma insatisfação que a política deve ser capaz de resolver. A política e a democracia devem ser capazes de dar soluções", acrescentou.Nesse sentido, ele pediu à política chilena para "refletir" sobre as "causas subjacentes mais profundas dos chilenos com suas instituições" e que um de seus objetivos em seu governo é "melhorar a confiança entre as pessoas e suas instituições", um dos fatores que resultou no estouro social."Avançamos nessa direção e abordamos vários dos problemas que encontramos quando assumimos o governo, mas sem dúvida, ainda há muito a fazer, especialmente em questões tão sensíveis", disse o presidente."Eu acredito que isso é o que estava no fundo do que significa o estouro social", afirmou.No entanto, Boric descartou qualquer ato comemorativo organizado pelo governo para o quarto aniversário do estouro social."Não planejamos atos especiais ou específicos além de continuar trabalhando com muita determinação e convicção para melhorar a qualidade de vida do povo chileno", concluiu.Em 18 de outubro de 2019, começaram no Chile uma série de protestos e mobilizações dos cidadãos contra o governo de Piñera, pedindo melhorias nas pensões, saúde, educação, entre outros assuntos.A mobilização social resultou no processo de reforma da Constituição, onde o país ainda está envolvido com seu segundo processo constituinte.Outro aspecto que marcou o estouro social foi o uso excessivo da força pelos Carabineros (polícia), onde a instituição foi acusada de violações dos direitos humanos em sua ação para conter as massivas manifestações.No quarto aniversário do início desse estouro social, são esperadas manifestações em diferentes bairros da capital chilena.A respeito disso, o subsecretário do Interior, Manuel Monsalve, comunicou que haverá cerca de 5.000 efetivos dos Carabineros designados para controlar a ordem pública.Ontem, a Anistia Internacional pediu ao governo chileno para "avançar" na reforma dos Carabineros e na reparação das vítimas, uma das promessas de campanha de Boric que ainda não foi totalmente realizada.De acordo com a ONG, apenas 22 dos 10.936 casos de abuso policial resultaram em condenação, e 0,2% das 1.056 denúncias apresentadas por vítimas de violações dos direitos humanos conseguiram justiça.