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Октябрь
2023

Uma grande Gaza

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"A ordem interacional assentada no unilateralismo belicoso. Ela poderá levar o mundo a se tornar uma grande Gaza", indica
O veto dos EUA à equilibrada Resolução do Brasil no Conselho de Segurança das Nações Unidas é algo pedagógico.Ele volta a demonstrar que os EUA nutrem profundo desprezo pelas Nações Unidas e pelo multilateralismo, de um modo geral.Sua política externa, essencialmente unilateralista, fia-se no seu grande poderio militar e financeiro e em alianças seletivas com alguns países, particularmente os que estão na Otan.Isso lhes basta.Os EUA, que não têm interesse objetivo em maior na instabilidade do Oriente Médio, poderiam ter apoiado a Resolução de cunho humanitário apresentada pelo Brasil.Preferiram, no entanto, negociar sozinhos com Israel e Egito.“Puxaram o tapete” da ONU e do Brasil. Não é a primeira vez que isso acontece com a diplomacia brasileira. Quando caso o nosso país conseguiu o acordo histórico com o Irã e a Turquia, para resolver o imbróglio em torno do programa nuclear iraniano, os EUA “vetaram”.Os EUA, se quisessem, poderiam moderar a resposta de Israel ao ataque de Hamas e impedir a continuidade do morticínio da população civil inocente de Gaza.Não querem. Vão apoiar o objetivo de Israel de “acabar com o Hamas”, o que implicará, é claro, a destruição de Gaza e o possível transbordamento do conflito.Coisa semelhante ocorre no caso da guerra na Ucrânia.Os EUA parecem querer apoiar a guerra na Ucrânia, até que a própria Ucrânia seja totalmente destruída.Logo após o primeiro mês daquele conflito, houve uma clara janela para se chegar a um acordo de paz, assentado na neutralidade do território ucraniano. Mas os EUA impediram e incentivaram a Ucrânia a “resistir”.Desde então, os EUA já despejaram cerca de US$ 113 bilhões em “ajuda” à Ucrânia. Agora, Biden pede mais US$ 60 bilhões ao Congresso dos EUA.Insistem na resistência militar da Ucrânia, “custe o que custar” e “pelo tempo que for necessário”, até que a “Rússia seja derrotada”.Os esforços do Brasil e do Sul Global em prol de negociações sérias e, ao menos, um cessar-fogo sempre esbarram na resistência do EUA, da Otan e do governo Zelensky.A esse respeito, deve-se enfatizar que a chamada “Fórmula da Paz” de Zelensky é somente uma receita para a continuidade da guerra.Embora a “fórmula” fale em meio ambiente, segurança alimentar e energética etc., ela não se sustenta. Todos esses temas, que são do agrado do Sul Global, não passam de cortina de fumaça para ocultar os pontos centrais: Zelensky e os EUA exigem a retirada incondicional das tropas russas, a “devolução” de todos os territórios, inclusive da Crimeia, de maioria russa, o pagamento de vultosas indenizações, o julgamento de autoridades russas por supostos crimes de guerra, a ausência de neutralidade do território ucraniano etc.Obviamente, não é uma proposta séria de paz. É apenas uma “oferta” fantasiosa e inexequível de rendição incondicional da Rússia.Zelensky tentará fazer uma reunião internacional, em Malta, para vender sua fórmula de guerra. Essa reunião de Malta será a terceira organizada pela Ucrânia, com esse objetivo. As duas reuniões anteriores, realizadas este ano na Dinamarca e na Arábia Saudita, contaram com a presença de muitos de conselheiros, mas de poucos Chefes de Estado, principalmente do Sul Global. Como as outras, essa próxima deverá fracassar em convencer o mundo da falaciosa “solução”.De qualquer modo, o planeta tem, hoje, dois grandes conflitos (além de outros menores) que ameaçam seriamente a segurança internacional.De fato, tanto o conflito em Gaza quanto o da Ucrânia podem desbordar geograficamente, se intensificar e se aprofundar, com consequências imprevisíveis para todos.Com os EUA sabotando os esforços do Brasil, da ONU, e do Sul Global em prol da paz e da preservação da vida, o cenário só piora.Enquanto isso, as mortes se acumulam e os cadáveres se empilham. Até mesmo em caminhões de sorvete.A ordem interacional assentada no unilateralismo belicoso, na Otan, e numa ONU cada vez mais enfraquecida é claramente inviável.Ela poderá levar o mundo a se tornar uma grande Gaza.










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