CRM abre sindicância ao constatar falta de medicamentos e aparelhos no HR
O CRM-MS (Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso do Sul) abriu sindicância para apurar irregularidades no CTI (Centro de Terapia Intensiva) adulto e pediátrico do HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul), como a falta de medicamentos e equipamentos necessários para a prática médica. Em março de 2022, durante fiscalização na unidade hospitalar, o órgão constatou a falta de equipamentos, como cuffômetro; capnógrafo; monitor de débito cardíaco; materiais para procedimentos de traqueostomia; foco cirúrgico e eletrocardiógrafo portátil; marcapasso cardíaco temporário, eletrodos e gerador; materiais para monitorização de pressão arterial invasiva e para reserva operacional. Foram observadas, ainda, inadequações em estruturas físicas do hospital, como a falta de sanitários exclusivos para funcionários; falta de banheiro em área de repouso médico; e falta de sala de espera para acompanhantes e visitantes. Após fiscalização e constatação dos problemas, foi encaminhada uma notícia fato ao Ministério Público para apurar quais seriam as medidas adotadas pelo Hospital Regional de Mato Grosso do Sul para sanar as irregularidades do relatório de vistoria. Distribuída para a 76ª Promotoria de Justiça, a notícia fato foi convertida em inquérito civil. Além disso, foi determinado que o CRM avaliasse o documento de resposta do HRMS ao relatório de irregularidades. Em nova vistoria, o Conselho Regional de Medicina concluiu que o hospital “apresenta condições parciais para a prática médica a que se propõe, todavia, faz-se necessário proceder às adequações das inconformidades constantes” no primeiro relatório de vistoria. Além da falta de adequação relatada anteriormente, na nova visita, o CRM observou ainda a falta de alguns medicamentos para o tratamento de arritmia cardíaca, hemorragia pós-parto, náuseas, vômitos, hipertensão, espasmos, anti-inflamatórios, broncodilatadores, vitaminas, entre outros. “As irregularidades não foram sanadas de maneira satisfatória, sendo ainda constatado condições inadequadas de atendimento e também observado medicações em faltas, ou seja, o fato se repete. Além disso, não enviaram comprovação de que adquiriam os medicamentos”, informou o CRM em ofício ao Ministério Público após nova vistoria. Os dados das vistorias foram encaminhados para a corregedoria da CRM-MS para análise, que abriu sindicância contra o hospital para apurar as irregularidades. Ainda segundo o conselho, uma sindicância demora em média de 2 a 4 anos. A assessoria do Hospital Regional foi procurada pela reportagem para se pronunciar sobre o procedimento aberto pelo conselho, mas até a publicação da matéria não houve retorno. O espaço segue aberto.