Com ruas alagadas, dia de chuva vira sinônimo de caos em Campo Grande
As chuvas não deram trégua e o mês começou chuvoso em Campo Grande, trazendo os transtornos já conhecidos pelos moradores: as ruas que se transformam em enxurradas. Em toda a cidade, foram registrados 26.44 mm, de acordo com o meteorologista Natálio Abrahao. No Nova Campo Grande, as ruas viraram rios. O filho de Katiuscia Nunes, de 46 anos, registrou o momento que estava preso no meio da enxurrada. Ele costuma ir trabalhar de moto, mas hoje (7) o amigo dele foi buscá-lo devido ao temporal. "Ele gravou quando estava lá no meio, mas conseguiram passar. Sempre fica desse jeito, toda vez que chove. Aumentou ainda mais depois que asfaltaram algumas ruas, aí parece que alagou mais ainda as ruas que não foram asfaltadas", disse Katiuscia. No mesmo bairro, a moradora Aline Pontalti ficou praticamente "ilhada" em casa. A Avenida Amaro Castro Lima ficou tomada pela água. “Alaga tudo, eu não conseguia sair de casa. Saí agora pouco, porque eu não conseguia, onde eu virava estava cheio de água, estava com medo de passar”, pontua. O clima também causou alagamento na Avenida João Arinos, região do Bairro Chácara Cachoeira, gerando lentidão no trânsito . Foram cerca de 500 metros de fila dupla até a rotatória entre as ruas Raul Pires Barbosa e Coronel Cacildo Arantes. A esquina da Avenida 7 com a Rua Carlos Velangieri Loschi foi outro trecho que ficou parcialmente alagado, onde motociclistas quase acabaram arrastados pela enxurrada. As imagens foram gravadas pelo comerciante Fernando Gonçalves de Lima, 43 anos, que flagrou o momento em que um rapaz acabou ficando preso na enxurrada e recebeu ajuda para arrastar a moto até a parte não alagada da avenida. "É muita água, o escoamento não é ideal, qualquer chuva vira esse rio de água aqui”, apontou. No Bairro Zé Pereira, o tempo chuvoso que persiste há vários dias arrisca o barranco da ponte, causando preocupação para vizinho da área . No bairro, a Avenida José Barbosa Rodrigues está listada como uma das 39 áreas de risco para ocorrência de deslizamentos e inundações em Mato Grosso do Sul, conforme levantamento já divulgado pelo Ministério de Minas e Energia. O manobrista Silvio Tibúrcio, 49 anos, está preocupado com a segurança de quem passa por ponte na Rua Antônio Carlos, próximo da Rua Elenir do Amaral, esta, o nome da via antes de se tornar a Avenida José Barbosa Rodrigues. “O barranco ficava uns 3 ou 4 metros para lá, tá chegando cada vez mais perto”, disse. A previsão não indica trégua para os transtornos. De acordo com o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), Campo Grande e mais 49 cidades do interior continuam sob alerta de chuvas intensas até quarta-feira (8), com precipitação de 30 a 100 mm (milímetros) por dia e ventos intensos de 60 a 100 km/h. Há risco de corte de energia elétrica, queda de galhos de árvores, alagamentos e de descargas elétricas. O aviso de cor laranja, que indica perigo potencial, foi emitido às 9h e vale por 24 horas.