Escorpiões voltam a virar praga durante período de chuvas
O período de chuvas intensas e a alta temperatura preocupa a população sul-mato-grossense. Isso porque esta época do ano, entre os meses de dezembro e março, é uma das mais propensas ao aparecimento de escorpiões. Em janeiro, 59 casos foram registrados no Estado. Os dados são da Secretaria de Estado e Saúde (SES). Conforme o Civitox (Centro Integrado de Vigilância Toxicológica) em 2022, o Estado registrou 3.205 ataques desse animal, 1.101 foram em Campo Grande. O Sinan (Sistema de Informação de Agravos de Notificação) informou que as ocorrências de picadas de escorpião na Capital tiveram aumento de 46% nos últimos quatro anos. Só em 2018, foram 688 casos registrados na Capital. Para evitar novos casos, o Centro recomenda que as pessoas mantenham os terrenos limpos, retirarem entulhos, deixem o ambiente sempre limpo, livre de insetos e ratos e evitem o acúmulo do lixo doméstico ou material de construção, uma vez que o animal peçonhento gosta de se abrigar em locais escuros, com lixo, entulhos e dentro de bueiros. Apesar da recomendação, o cenário visto em diversos bairros de Campo Grande está longe do ideal. O Campo Grande News recebe inúmeras denúncias diariamente sobre o abandonados de terrenos e acúmulo de lixo e, consequentemente, sobre o aparecimento de escorpiões nos locais. O porteiro Alfredo Mendonça, 59 anos, que mora em frente a um terreno baldio, na Rua Santa Genoveva, no Bairro Seminário ll, entrou em contato com a reportagem para reclamar da quantidade de escorpiões que aparecem em sua residência devido ao terreno abandonado. Segundo ele, o matagal do terreno é abrigo de escorpiões e cobras e os moradores não sabem quem é o dono para pedir uma limpeza. Alfredo contou à reportagem que normalmente tem muito lixo no terreno e que “o pessoal estaciona o carro e joga lixo durante a noite”. Ele reclama que o pessoal compra o terreno, não constrói nada e nem vende: “fica aí só sujando e atraindo bicho”, comentou. Oliveira lll No Bairro Oliveira lll, um terreno baldio, localizado na Rua Armando Capriata esquina com a Rua Mansões, está sendo utilizado para descarte de lixo. Nas imagens recebidas no canal Direto das Ruas é possível observar móveis quebrados e sacolas de lixo rasgadas. Segundo a moradora da região, que não quis ser identificada, o problema ocorre há muitos anos. O terreno que está com mato alto virou depósito de lixo e abrigo para animais peçonhentos. A moradora relata que o bairro está com infestação de pernilongos e teme pelos casos de dengue que possam aparecer, tendo em vista que sua vizinhança é repleta de crianças e idosos. A moradora afirma já ter ligado para a prefeitura em busca de limpeza, mas que não obteve nenhuma resposta. Ela contou à reportagem que quando o terreno estava com placa de venda, os moradores ligavam para a corretora para alertá-los do problema, “acho que de tanto que ligamos, a placa foi retirada”, comentou. Jardim Monte Líbano A moradora do Jardim Monte Líbano, mãe de dois filhos pequenos, contou à reportagem que vive com medo durante o dia todo, por morar próximo a uma casa abandonada. O terreno da casa, localizado na Rua Senador Ponce, esquina com a Rua Roberto Spengler, no Bairro Monte Líbano, está com mato alto e é abrigo de escorpiões, baratas e muitos pernilongos, relatou a moradora. Ela contou que mora no bairro há 10 anos e que o terreno nunca foi limpo, apesar de ter ligado inúmeras vezes para a prefeitura, a resposta obtida foi de que a prefeitura não limpa terrenos particulares. Segundo a moradora, há dois anos atrás era possível ver escorpião em todos os cantos da casa, embaixo dos móveis. Ela teme que o animal volte a aparecer e pique seus filhos. “Criança infelizmente não para, sobe em tudo, mexe, até entender que não pode mexer demora”, comentou. Santa Luzia A mesma situação foi registrada por um pedreiro, morador do Bairro Santa Luzia, que informou à reportagem que pediu para o dono do terreno, localizado na Rua São Cristóvão, no Bairro Santa Luzia, limpá-lo, mas que recebeu como resposta "não está me incomodando". O pedreiro relata que o terreno está há mais de um ano sem limpeza e que durante a noite não tem iluminação. A reportagem entrou em contato com a Prefeitura de Campo Grande que solicitou os endereços para deslocar as equipes e realizar fiscalização dos terrenos. Denuncie - Para denunciar um terreno sujo é preciso entrar em contato com a Prefeitura de Campo Grande pelos telefones: 156 da Semadur; 3314-9955 da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde); e (67) 3325-2567 da Decat (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Ambientais e de Atendimento ao Turista). De acordo com a Lei Municipal n. 2.909, de 28 de julho de 1992, proprietários de terrenos sem edificação são obrigados a mantê-los limpos, sendo proibido a utilização de queimada para limpeza. As multas variam de R$ 2.727,50 a R$ 10.910,00. Direto das Ruas - As imagens chegaram pelo Direto das Ruas , o canal de interação dos leitores com o Campo Grande News . Quem tiver flagrantes, sugestões, notícias, áudios, fotos e vídeos pode colaborar no WhatsApp pelo número (67) 99669-9563. Clique aqui e envie agora uma sugestão. 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