De móveis a animais mortos, lixo em terrenos baldios polui bairro

Em todas as regiões da Capital, terrenos baldios com falta de manutenção, construções em situação de abandono, entulho, móveis quebrados, carcaças de animais mortos e muito mato poluem a paisagem da cidade. “São vários terrenos e calçadas cheias de lixo, móveis, televisão quebrada, animais mortos, cheiro de carniça muito forte”. O relato é da diarista Andreia de Souza, 33 anos. Moradora do Bairro Nova Lima há três anos, na região das ruas Eugênia Lima e Nefe Pael, ela conta que o cenário sempre foi assim e ninguém aguenta mais.  Potes de barro, galinhas mortas, carcaça de gatos, cachorros, máquinas velhas, roupas, sapatos e muita sujeira tomam conta do espaço dos pedestres na calçada. O jeito é andar no meio da rua, disputando espaço com os carros. “E eu ainda consigo ficar chocada [com a situação]”, ironiza a moradora.  A diarista fala sobre o contraste entre o bairro malcuidado e o condomínio de alto padrão, Alphaville, que fica localizado em uma região próxima. Na vizinhança de Andreia, no lugar de calçadas largas e casas padronizadas, há sujeira e falta de praças para lazer e prática de atividades físicas. “Parece assim, água e óleo, parece que estamos tão distantes, sabe? Tem nem calçada para andar, quem dirá coisa para fazer ao ar livre”. No Bairro Bela Laguna, na região da Rua Márcio Tomas Resende Brito, a auxiliar de educação infantil Barbara Núbia, 27 anos, tem a casa invadida por escorpiões, sapos lacraias e aranhas frequentemente. O problema agrava ainda mais por conta da chuva. "Eu e o vizinho do outro lado desse tereno sempre que podemos limpamos um pouco a frente do tereno para não juntar lixo, por conta do mato alto é fácil alguém se esconder".  Ela relata que no início da semana houve uma infestação de baratas na calçada da casa, pois a rede de esgoto da esquina da quadra estourou e a água suja escorreu pela rua e se acumulou na calçada do terreno. Uma equipe da Águas Guariroba esteve no local para efetuar os reparos na tarde desta quarta-feira (15).  Aposentado de 61 anos, morador do Bairro Guanandi, na região da Rua Piriá, denuncia uma construção abandonada que se tornou um transtorno para a vizinhança por conta do lixo, mato alto e ocupação de moradores de ruas e dependentes químicos.  O aposentado relata que a passagem de pedestres na calçada é obstruída pelo mato e lixo e que o maior problema são "os moradores de rua que ficam no local". De acordo com ele, aumentou o fluxo de dependentes químicos, que fizeram a "limpa" na construção, arrancaram portas, janelas e telhas. "A insegurança aumentou muito", resume.  Fiscalização - Ao ser identificado um imóvel ou lote urbano sujo, o proprietário é notificado para realizar a limpeza. A notificação é enviada via Correios por Aviso de Recebimento (A.R.). Após o recebimento do A.R. o proprietário tem o prazo de 15 dias úteis para realizar a limpeza.  Passado o prazo, o auditor fiscal da Semadur retorna ao local para vistoria, e caso não tenha sido cumprida a notificação, o proprietário é então multado. A multa varia entre R$ 2.944,50 e R$ 11.778,00. A Semadur não tem a competência legal de realizar limpeza de terrenos.  Denúncia - O descarte irregular de resíduos em vias públicas ou terrenos se configura em crime ambiental. Quem presenciar o descarte irregular de resíduos pode denunciar para a Patrulha Ambiental da Guarda Civil Metropolitana via telefone 153. Direto das Ruas  - Os relatos chegaram pelo Direto das Ruas , o canal de interação dos leitores com o Campo Grande News . Quem tiver flagrantes, sugestões, notícias, áudios, fotos e vídeos pode colaborar no WhatsApp  pelo número (67) 99669-9563.  Clique aqui e envie agora uma sugestão .  Para que sua imagem tenha mais qualidade, orientamos que fotos e vídeos sejam feitos com o celular na posição horizontal.