Defesa de Rios põe acusação em xeque e diz que ela se baseia em "presunções"
Nas alegações da defesa de Marcelo Rios, acusado de intermediar acesso à arma e ao veículo usados na morte de Matheus Coutinho Xavier, o advogado Márcio Widal afirmou que as acusações do Ministério Público são baseadas em presunções e que para se fazer justiça pela morte de Matheus, há necessidade da verdade. “Absolvam Marcelo Rios”, rogou. “Matheus merece a verdade, não merece a presunção, e não há verdade longe das provas”, ressaltou no começo de sua fala. Citou que não há dados telefônicos, telemáticos ou de testemunhas que liguem Marcelo Rios a um dos acusados da execução - José Moreira Freire, o “Zezinho” - e que o fato de ele conhecer o outro pistoleiro, Juanil Miranda, que respondeu pela morte do ex-delegado Paulo Magalhães, não o liga a crimes que este tenha cometido. “Qual o dado de e-mail, de testemunha, que ele tenha escolhido Juanil, que ele direcionou esse crime horrendo? Não posso provar se não há prova de que ele o fez. Presume-se então que tudo que Juanil fez, Marcelo também participou?”, indaga. Widal faz essas mesmas ponderações em relação à perícia no armamento encontrado na casa de armas do bairro Monte Líbano e os projéteis retirados do corpo de Matheus. “O arsenal do Monte Líbano é horrível e ele já pagou por isso. Está pagando. Foi condenado, confessou. Mas não posso presumir que a arma usada no crime esteve nesse arsenal”, sustenta. O advogado lembra ainda que laudo da Polícia Federal descartou que fuzil encontrado no imóvel era o mesmo usado na morte de Matheus. “Os projéteis (que mataram Matheus) não saíram da arma de Rios. Presumir isso com o argumento de que ele descartou a arma sem nem saber se descartou, onde descartou, são apenas presunções”. Conforme Widal, Marcelo Rios trabalhou na casa dos Name e “isso não é questionado”, mas afirmou que havia uma vinculação lícita entre ele e a família, e não ilícita. Também afirmou que vídeo apresentado pela acusação em que o ex-guarda municipal aparece espancando uma pessoa, “não é de se orgulhar”, mas que tal fato não tem qualquer relação com o caso que está sendo julgado, que é a morte de Matheus Coutinho Xavier. Segundo ele, as imagens foram passadas “sem contextualizar com a morte de Matheus. Não há conexão lógica”, defendeu. Citou ainda que a esposa de Marcelo, Eliane Benitez Batalha dos Santos, mudou sua versão dos fatos porque quando fez relatos à polícia, o fez sob coação e tortura psicológica, porque tinha medo de ficar longe dos filhos. O júri deve terminar ainda hoje, após as 21 horas. Acompanhe ao vivo o julgamento através do nosso Facebook, clicando aqui. Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para entrar na lista VIP do Campo Grande News.