“La Lhéngua de l Coraçon”: Parlamento ouviu mirandês há 25 anos, os falantes perderam a vergonha, mas a “doença demográfica” tolhe a língua
Passaram-se 25 anos, mas o antigo deputado Júlio Meirinhos ainda se lembra perfeitamente do dia 17 de setembro de 1998, quando se tornou na primeira pessoa a falar mirandês na Assembleia da República. “Vi pessoas de todas as idades, algumas com 70 anos, que choraram quando a lei [que reconheceu os direitos linguísticos da comunidade mirandesa] foi aprovada”, recorda ao Expresso. Desde a fundação de Portugal, o mirandês foi perseguido, proibido, e os falantes “eram vistos como selvagens”. Atualmente, do ponto de vista da produção literária, o idioma “está mais vivo do que nunca”, mas “sem gente, sem jovens, a língua tem muita dificuldade em permanecer”