Somente entre janeiro e setembro foi registrado um crescimento de 29% nos desembolsos do BNDES, somando R$ 75,4 bilhões, maior valor para o período desde 2017
247 - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) encerra o primeiro ano do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com uma participação mais ativa e expressiva no mercado de crédito brasileiro. O balanço anual ainda não foi oficialmente divulgado, mas o presidente do banco de fomento, Aloizio Mercadante, já adiantou que o volume de aprovações de novos financiamentos registrou um aumento de 94% nos primeiros onze meses do ano. Além disso, os desembolsos destinados à infraestrutura também apresentaram uma tendência de alta, consolidando o papel do BNDES no suporte a projetos estratégicos para o país.
Segundo a Folha de S. Paulo, “os últimos dados disponíveis apontam um crescimento de 29% nos desembolsos do BNDES entre janeiro e setembro, somando R$ 75,4 bilhões. É o maior valor desde os R$ 70 bilhões dos primeiros nove meses de 2017, em valores corrigidos pela inflação. O volume de recursos liberado para a indústria saltou 34% em 2023, para R$ 16,7 bilhões, o maior valor desde 2016. Para infraestrutura, o banco liberou R$ 28,2 bilhões, alta de 7%”.
Mercadante destaca, ainda, que o banco está prestes a alcançar um recorde em desembolsos para infraestrutura, projetando um montante de R$ 23,9 bilhões para o ano de 2023, excluindo projetos de energia historicamente incluídos nas estatísticas de infraestrutura. Especialistas apontam que o setor de infraestrutura do BNDES atua atualmente nos subsetores de logística, transportes, saneamento e mobilidade, enquanto a área de Transição Energética e Clima gerencia o setor de energia.
Ainda de acordo com a reportagem, a alocação de recursos em setores concedidos à iniciativa privada representa a maioria dos desembolsos do BNDES para a área de infraestrutura, com dois terços dos investimentos nos primeiros nove meses de 2023. Energia, por sua vez, representa menos de 30%. As obras do Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) já impactam a corrida por financiamento do banco, embora parte do crescimento da demanda esteja ligada a leilões realizados durante o governo passado.
“Mercadante vem contando com o apoio de Lula para destravar recursos. O Ministério da Fazenda já havia concordado em reduzir ao mínimo legal de 25% o pagamento de dividendos sobre o lucro do banco, garantindo que parte do ganho retorne sob a forma de financiamento”, ressalta o periódico. O BNDES espera encerrar o ano com desembolsos equivalentes a 1,1% do PIB, representando um aumento de 1% em relação às estimativas de 2020.